1.6.09

Costureiro Figueirense no C.A.E. e Uma Exposição Escusada no Tubo d'Ensaio

Nascido em Quiaios em 1971, desde muito cedo que Rui Mamede começou por se sentir fascinado por tudo quanto tinha a ver com costura, máquinas, linhas e tecidos. O idealizar do bordado e o criar de vestidos mais lhe aguçou a curiosidade, até que tirou mesmo um curso de costura, começando uma carreira de sucesso pois logo de início começou por ser bastante solicitado.
Saias, vestidos, calças e casacos tanto para senhora como para homem foram os seus primeiros trabalhos e, mais tarde, e porque tinha gosto e muito prazer em executar trabalhos manuais, começou por bordar – primeiro à mão e depois à máquina – aventais com desenhos e feitios que se lembrava de ver a sua mãe usar. Incentivado também pelo facto de ouvir dizer às pessoas que já não havia quem bordasse aventais, aprendeu também a fazer renda de bilros, muito tradicionais nas zonas marítimas. Obras que são verdadeiros testemunhos artísticos e sociais, de curvas irregulares, desenhadas com grande simplicidade e delineando as formas e o movimento das ondas do mar.
Ao princípio não foi fácil, mas depois de desenvolver técnicas e hábitos próprios, os seus trabalhos em renda, estampados em vestidos, camisas ou aventais, para além de preservar uma das tradições do concelho da Figueira da Foz – mais incisivamente de Buarcos, Quiaios, Leirosa e Cova Gala – tornou-se a sua profissão, sendo agora um costureiro e bordador de renome e reconhecido muito para além do confinamento local.
Assim, confecciona todo o tipo de vestuário, desde peças simples às mais elaboradas como vestidos de noiva e de noite. Surgem-lhe pedidos para também fazer trajes para ranchos folclóricos e já fez trabalhos para as marchas populares, escolas de samba, grupos de carnaval, tendo mesmo sido convidado para vestir os Reis de Carnaval Buarcos/Figueira dois anos consecutivos.
Trabalha também para emigrantes e, com orgulho, explica que a maior parte dos seus vastos e fieis clientes deixam sempre ao seu critério e gosto o feitio, cor e bordado do vestuário pretendido.
Considera que está sempre a aprender mas que o principal é o facto de gostar muito das peças que idealiza, cada uma diferente da outra, únicas!
Para além de trabalhar na sua casa, no Largo de São Sebastião, nº 16, em Quiaios, tem também um atelier de costura no Largo do Pelourinho de Cima, em Buarcos.
“A ARTE FEITA EM AVENTAL” é o título da exposição que tem agora exposta na Sala Zé Penicheiro, no CAE, até ao próximo dia 07 de Junho.

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Para além da Newsletter de 28 de Maio, o Tubo d'Ensaio apresenta uma exposição escusada... ou melhor, "Uma Exposição Escusada"!
Esta exposição - aparentemente - não diz nada (é a velha história de não falar com estranhos.). Aborda banalidades calculando-lhes as profundezas. Convida o pseudo-intelectual a referir-se a ela como "uma espécie de arte Pop" e provoca uma repulsa imediata ao amante de bricolage regional executada por iluminados. É um misto de viagem no tempo com laivos de visão intemporal. É uma coisa qualquer cheia de sentido, com objectivos bem traçados de borracha na mão. É tão relevante como qualquer revista de sociedade ou tónico capilar. Relaciona-se violentamente com a inutilidade e não tem medo de enfrentar cobardes. Aparece pela frente e ataca por trás, qual político em campanha eleitoral. São aparências que iludem e desiludem, vários exercícios de vampirosismo compulsivo, valentes ataques de verborreia que, ainda assim, deixam tudo por dizer. Enfim, é uma exposição escusada... que não se pode perder!
É "escusado"!... passar no Tubo d'Ensaio de 30 Maio a 19 Junho!